VI.1.5 - MERCADO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

VI.1.5.1 - FUNDOS DE INVESTIMENTO

Os fundos de investimento são condomínio s abertos ou fechados, que possibilitam a seus cotistas a oportunidade de, em conjunto, investir no mercado de capitais - de renda fixa e/ou variável - e mercados estruturados aos quais, individualmente, teriam pouco ou nenhum acesso. Os fundos conferem ao investidor melhores condições de remuneração no mercado, devido à administração profissional e por lidarem com volume de recursos extremamente expressivos.

Cada fundo tem seu próprio regulamento em que constam as regras a serem seguidas na sua administração, ou seja, o objetivo do fundo e sua política de investimento.

Os fundos de investimento são criados por instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários . Essas instituições são responsáveis por administrar o patrimônio de um fundo e fornecer ao investidor todo tipo de informação de forma transparente aos investidores. Existem no mercado diversos tipos de fundo, para os mais variados perfis de investidores .

Os fundos são uma alternativa para os investidores obterem rentabilidade de ações e títulos de renda fixa sem necessariamente conhecer profundamente o mercado financeiro .

Os fundos também diluem o risco de grandes perdas, pois o patrimônio deles é aplicado em diversos ativos . Um pequeno investidor, sozinho, não conseguiria investir em tantos ativos !

 

Categorias de fundos:

Fundos de Investimento Financeiro ( FIF )

Modalidade que agrega aplicações em ativos de renda fixa ou variável, bem como em instrumentos derivativos, em acordo com a regulamentação do fundo e regras de enquadramento do Banco Central.

O patrimônio desses fundos é aplicado em títulos públicos prefixados, pós-fixados , títulos mobiliários , ouro e operações com derivativos . Podem ter prazo de resgate curto ou indefinido (de 30, 60 ou 90 dias). Com o objetivo de reduzir o risco desses fundos, a legislação proíbe que uma pessoa jurídica obtenha, sozinha, mais de 10% do patrimônio total do fundo. O gestor do fundo também não pode aplicar mais do que 20% do patrimônio numa única empresa.

Fundos de Aplicação em Cotas de FIF (FAC)

Categoria de fundos cujos recursos são aplicados em cotas de fundos FIF , garantindo maior diversidade do portfólio e distribuição de risco . Existe uma regra da CVM para distribuição do risco que impede o gestor do fundo de aplicar mais do que 25% do patrimônio num único fundo FIF.

Os fundos se classificam ainda em Fundos de Renda Fixa , Fundo de Renda Variável e Fundo de Previdência Privada .

 

VI.1.5.2 - FUNDOS DE RENDA FIXA

Fundos de Renda Fixa: Este fundo tem o patrimônio investido em títulos prefixados/pós-fixados públicos ou privados (por exemplo, CDB, RDB, debêntures e títulos públicos federais). Os títulos prefixados garantem uma rentabilidade alta no caso de queda da taxa de juros. Os títulos pós-fixados acompanham as taxas de juros no vencimento.

Fundos DI : Investidores mais conservadores, que preferem correr poucos riscos, têm nestes fundos uma opção.Estes fundos são atrelados ao Certificado de Depósito Interfinanceiro ( CDI ).
Fundos de Derivativos : Têm seu patrimônio aplicado em derivativos de ativos prefixados/pós-fixados. Por meio de swaps , opções , futuros, o administrador consegue se alavancar e obter maiores rendimentos. Entretanto, também pode haver perda de patrimônio.
Fundos Cambiais : Segmento cujo objetivo é seguir a variação dos títulos cambiais. Esta modalidade de fundo é composta por um patrimônio de títulos da dívida pública ou privada atrelada atrelado ao dólar e/ou por derivativos cambiais (exemplo: mercado futuro de dólar).

Fundos de Investimento no Exterior (FIEX): O patrimônio é aplicado em títulos da dívida externa brasileira , como os C-bonds , títulos de crédito de financiamento no Exterior e alguns derivativos vinculados aos títulos de dívida externa.

Fundo multiportfólio : Também conhecido como multicarteira, é composto por diferentes ativos (renda fixa ou variável), em proporções distintas, de acordo com a política de investimento do fundo

VI.1.5.3 - FUNDOS DE RENDA VARIÁVEL

Fundo Mútuo de Investimento em Títulos e Valores Mobiliários (FITVM): Neste fundo o investidor pode conseguir bons rendimentos com renda variável sem, necessariamente conhecer o mercado. O patrimônio do fundo é investido em ações , títulos mobiliários , títulos públicos e cotas de fundos FIF , FAC , FIEX . Pelo menos 51% devem ser aplicados em renda variável. Convém, porém, conhecer as estratégias do administrador, que deve ser compatível com o perfil do investidor . Por estarem sujeitos a grandes oscilações, estes undos também apresentam maiores chances de perda de patrimônio. As taxas de administração e de performance variam de acordo com a instituição gestora.

Fundo Passivo: O fundo passivo de renda variável acompanha o índice Bovespa , ou seja, o administrador aplica o patrimônio do fundo nas ações que compõem o índice. Os rendimentos, portanto, são iguais ao do Ibovespa .

Fundo Carteira Livre - Ativo: Tem seu patrimônio investido em ações a critério do administrador. Alguns fundos aplicam em setores específicos como telecomunicação, bancos, internet, etc. Os rendimentos costumam ser maiores e, portanto, também os riscos envolvidos costumam ser mais elevados. A política, estratégia e o histórico dos gestores são importantes e devem ser considerados pelo investidor antes de decidir em qual fundo aplicar.
Fundo Derivativo: Tem seu patrimônio aplicado em ações , títulos públicos e privados , cotas de fundos e derivativos ( opção , futuros e contratos a termo ). Este fundo pode ser uma boa opção para investidores agressivos , que procuram uma remuneração mais alta. Os riscos envolvidos costumam ser altos e geralmente o patrimônio está alavancado. Assim, o risco de haver perda de patrimônio é maior, assim como também a necessidade de depósitos adicionais para cumprir as operações realizadas.

Fundo Off-Shore: Constituído por carteiras que aplicam recursos disponíveis no exterior em ativos brasileiros e que têm sede formalmente localizada no exterior. São aplicados pelo gestor em ADR s, commercial paper e eurobonds de empresas brasileiras com sede no Exterior.


 

VI.1.5.4 - FUNDOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

Há no mercado duas categorias de planos de previdência privada: os planos individuais , ou Fundos de Previdência Privada Aberta , e os coletivos , ou Fundos de Previdência Privada Fechada , também chamados de fundos de pensão. Dos planos individuais pode participar qualquer pessoa. São comprados individualmente no mercado de bancos, corretoras ou seguradoras. Já os planos coletivos são vinculados a empresas e contratados por elas. Participam dos fundos de pensão os funcionários das empresas contratantes, por meio de contribuições mensais, geralmente descontadas em folha de pagamento.

FUNDOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA: No momento da contratação do plano o participante estipula o tempo pelo qual deseja poupar, a idade com a qual gostaria de sair e o valor do benefício (aposentadoria) que quer receber. Atualmente, o saldo do capital formado pelas contribuições mensais é corrigido anualmente em 6%, mais a variação do IGP-M . Apenas parte dos ganhos financeiros conseguidos acima da rentabilidade mínima garantida é repassada ao participante. Oferece um benefício fiscal ao participante, permitindo que abata até 12% da sua renda bruta tributável no Ajuste da Declaração Anual, reduzindo com isso a base de cálculo do imposto.

FUNDOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA: Também conhecidos como fundos de pensão, são comprados no mercado por empresas para uso de seus funcionários. A participação dos funcionários se dá por meio de contribuições mensais, geralmente via desconto em folha de pagamento. Atualmente, o saldo do fundo é corrigido anualmente em 6% mais a variação do IGP-M .

FUNDOS DE APOSENTADORIA PROGRAMADA INDIVIDUAL (FAPI ): É uma modalidade de fundo de investimento voltado à complementação da aposentadoria básica da Previdência Social. Pode ser considerado, portanto, um produto de previdência complementar. Neste plano, o participante não tem a garantia de um rendimento mínimo como acontece no plano de previdência privada tradicional. Mas ele poderá escolher o tipo de aplicação onde deseja que seu dinheiro seja investido, de acordo com seu perfil de risco (conservador ou agressivo). No FAPI o participante adquire cotas de um fundo de investimento comum (FIF). Todo ganho excedente tido com a aplicação do dinheiro no mercado é repassado integralmente ao participante.

PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES ( PGBL ): É uma alternativa de complementação de aposentadoria. Não oferece ao participante uma garantia de rendimento mínimo. Todo ganho excedente conseguido no mercado é repassado integralmente ao contribuinte. Também aqui o participante pode escolher o tipo de fundo de investimento onde suas contribuições serão aplicadas. Pode estipular, ainda, o valor de suas contribuições e o valor do benefício (aposentadoria) que quer receber ao final do plano.

No PGBL o participante pode deduzir as contribuições feitas até um limite de 12% da renda bruta anual. O valor da aposentadoria é calculado no final de todas as contribuições, com base no montante acumulado na aplicação financeira. Há hoje no mercado três tipos de PGBL . A diferença entre eles está no tipo de aplicação financeira em que o fundo é investido. Portanto, a escolha vai depender do risco que o participante está disposto a correr. Confira a seguir as características de cada um.

Plano soberano: mais indicado para clientes com perfil conservador , este fundo tem seu patrimônio aplicado em títulos públicos , como títulos do Tesouro Nacional, Títulos do Banco Central e Créditos Securitizados do Tesouro Nacional.

Plano renda fixa : indicado para quem tem perfil de investidor moderado, que não quer correr riscos. O patrimônio do fundo é investido em renda fixa, além de títulos públicos.

Plano composto: mais indicado para investidores com perfil agressivo. Até 49% do patrimônio são investidos em renda variável (ações). O restante é aplicado em renda fixa ou em títulos públicos .

Clique aqui e veja algumas questões (FAQ) interessantes sobre os Fundos de Investimentos.

VI.1.5.5 - ANÁLISE DE RENTABILIDADE

Para analisar a rentabilidade e o desempenho dos fundos existem alguns fatores que devem ser considerados pelo investidor.
Volatilidade : mostra a variação de preço das cotas dos fundos , medindo a estabilidade das aplicações realizadas, permitindo, com isso, que se meça a estabilidade das aplicações feitas. Quanto mais alta for a volatilidade do fundo maior seu risco .
Índice Sharp e : índice que mostra a relação entre o risco contido num fundo de investimento e o valor pago ao investidor. Quanto maior esse índice, melhor seu desempenho.

Convém, ainda, comparar os rendimentos com as taxas de juros do CDI ( Certificado de Depósito Interbancário ), poupança e o Índice Bovespa , referências de análise de desempenho.

5.6 - Tributação de Fundos
A tributação dos fundos obedece alguns critérios:

Sobre todos os fundos ainda incide a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ( CPMF ) de 0,30% do total resgatado e IOF proporcional aos dias de rendimento (até 29 dias).

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