OPÇÕES
O mercado de opções funciona como uma ferramenta de gerenciamento de risco, um instrumento de hedge (proteção). Como o nome diz, é uma opção oferecida pelo mercado para se negociar direitos de compra ou venda de um determinado lote de ações com preços e prazos de exercício preestabelecidos em um contrato.
A grosso modo, é uma espécie de financiamento para que, frente às incertezas inerentes ao mercado de ações, o investidor possa limitar o risco do seu portfólio em caso, por exemplo, de mudança inesperada no preço da ação. Pelo direito de compra ou venda o titular de uma opção paga um prêmio, podendo exercê-lo até a data do vencimento ou revendê-lo ao mercado.
As opções também são usadas para aumentar o potencial de ganho, diminuir os custos de transação além de indicar a volatilidade do preço dos papéis no mercado à vista. Quem escolhe apostar nas opções espera beneficiar-se de uma elevação no preço da ação com a conseqüente valorização do prêmio.
Para alguns investidores ainda, as opções servem como alavancagem, já que podem aumentar o retorno potencial sobre um investimento não sendo necessário aumentar o montante do capital investido. Isso é possível com opções porque o capital investido inicialmente para comprar uma opção é relativamente pequeno se comparado ao ganho.
Exemplo: Suponha-se que uma companhia brasileira deva pagar US$ 1 milhão a um determinado fornecedor estrangeiro dentro de três meses. Supondo uma taxa de câmbio hoje, em torno de R$ 1,67, a empresa gastaria mais de R$ 1,67 milhão. Se a taxa de câmbio, no entanto, aumentar 10% em três meses, a companhia terá que desembolsar um montante ainda maior. Para proteger-se desse risco cambial, a empresa que, no caso, seria o hedger da operação, pode recorrer ao mercado de opções para transferir o risco a outro participante disposto a assumi-lo, o especulador, cujo interesse será realizar um ganho substancial em sua posição.
Terminologias:
Opção: É um contrato entre duas partes, o titular e o lançador. Uma opção confere ao titular o direito de comprar as ações-objeto, ao preço de exercício, a qualquer instante até a data do vencimento, obedecida às regras das bolsas de valores;
Lançador: O lançador de uma opção de compra é a pessoa que, por intermédio de um corretor, vende uma opção de compra no pregão, assumindo assim, perante a Bolsa, a obrigação de vender as ações-objeto a que se refere à opção, após o recebimento de uma comunicação de que sua posição foi exercida. Ele entregará a totalidade das ações-objeto mediante o pagamento do preço em exercício;
Ação-objeto: É a ação sobre a opção é lançada;
Opção de compra: A opção de compra confere ao seu titular o direito de comprar as ações-objeto, ao preço de exercício, a qualquer instante até a data do vencimento;
Opção de venda: A opção de venda confere ao seu titular o direito de, na data do vencimento, vender as ações-objeto, ao preço de exercício. Além disso, o titular pode, a qualquer momento, negociar seu direito de venda em mercado, através da realização de uma operação de natureza oposta;
Prêmio: Em função dos direitos adquiridos e das obrigações assumidas no lançamento, o titular paga e o lançador recebe uma quantia denominada prêmio. O prêmio, ou preço da opção, é negociado entre o comprador e o lançador, através de seus representantes no pregão da Bolsa. Ele reflete fatores como a oferta e a demanda, o prazo de vigência da opção, a diferença entre o preço de exercício e o preço à vista da ação-objeto, sua volatilidade, bem como outras características da ação-objeto.
Preço de exercício: É o preço pelo qual será exercida a opção. Os preços de exercício das opções são determinados pela Bolsa, segundo critérios por ela estabelecidos. Ao ser autorizado um novo vencimento, a Bolsa abre séries de negociações com preços de exercício próximos ao preço à vista da ação-objeto. No entanto, em caso de alterações futuras nas cotações, podem ser autorizadas emissões de novas séries, cujos preços em exercício reflitam o movimento do preço da ação;
Operação oposta: Quando o investidor tem uma má expectativa, em relação à tendência de preços de uma determinada ação, ele pode assumir uma posição de titular de venda. Se suas expectativas se concretizarem, ele poderá exercer seu direito de vender a ação-objeto da operação ao preço do exercício e receber o prêmio. Se, porém, as cotações se elevarem, no mercado à vista, acima do preço de exercício de sua opção, esse investidor não poderá vender a ação-objeto e terá que arcar com o prejuízo que será equivalente ao valor do prêmio. Nesse tipo de operação, muito comum nas negociações, o lucro é maior quanto maior for a queda dos preços no mercado à vista;
Margem de garantia: Caso um dos investidores resolva cancelar a operação ou simplesmente não seja capaz de honrar os compromissos determinados pelo contrato, existem algumas garantias integralizadas no sistema de margens, nas quais as bolsas de opções podem garantir a execução de todos os contratos. As margens são depósitos de boa fé mantidos nas chamadas contas de margem, utilizadas para garantirem que haverá fundos suficientes para cobrir prejuízos no caso de mudanças adversas nos preços.
Opção
Por Julio Brant
Repórter, InvestShop.com
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O investidor pretende apostar em uma ação, achando que poderá se valorizar no mercado dentro de um período. No entanto, para não assumir risco de grande desvalorização ou perda de liquidez, não pretende comprar diretamente o papel.
Para isso ele entra no mercado de Opções, ou seja, compra o direito de poder exercer a compra efetiva do ativo no vencimento da opção. Desta maneira ele consegue “ganhar” com a rentabilidade do ativo, tendo a chance de faze-lo desembolsando menos dinheiro.
Dessa forma, ele pode ganhar de duas formas: caso a cotação da Opção tenha subido, ele pode revendê-la a preço mais alto do que comprou; ou, se a ação tiver valorizado muito, exercer o direito de compra ao final do prazo de vencimento da Opção. O risco máximo para o investidor que compra uma opção é o prêmio pago por ela, ou seja, o valor que o investidor paga para comprar a opção.
A cotação da opção é feita pela Bolsa de Valores, que fixa como parâmetro o preço do primeiro negócio fechado. O preço de exercício, valor que terá que ser pago pelo investidor caso queira exercer o direito de compra, também é fixado pela Bolsa.
Apesar da aparente atratividade, operar no mercado de Opções requer alguns cuidados. As Opções, diferente das Ações, tem um tempo de vida limitado, ou seja, elas só são negociadas até a data do vencimento. O investidor deve estar consciente de que existe o risco do dinheiro aplicado na opção “virar pó”, desaparecer, com a chegada da data do vencimento.
Um outro ponto que o investidor deve ficar atento é que as Opções variam de preço em função da variação do preço da ação, o chamado “ativo objeto”.
Por essa razão, as Opções são muito mais voláteis, ou seja, para cada pequena variação no preço do ativo, não importa se positiva ou negativa, ocorre uma grande variação no preço da Opção. É normal que uma variação de 1% na ação provoque uma variação de 20% na opção associada.
As Opções podem ser entendidas como uma outra forma de se investir na valorização de uma ação. Além dos cuidados já mencionados, o processo de exercício de uma Opção deve ficar bem claro para o investidor. O exercício ocorre quando, ao chegar a data de vencimento da Opção, o investidor decide por comprar a ação objeto naquele preço já predeterminado. Observe que ninguém exerce o direito caso o valor predeterminado esteja acima da cotação da ação no mercado à vista.
Nesse tipo de negociação, o investidor não tem a obrigação de exercer a compra da ação no vencimento da Opção. O investidor só exercerá a compra se for atrativo para ele, ou seja, se o papel estiver mais valorizado no mercado à vista do que o preço de exercício.
Vejamos o exemplo prático com a Opção de compra da Globocabo PLIMJ6:
O investidor acha que as ações da Globocabo vão se valorizar e quer adquiri-las no mercado de Opções. Ao consultar o código interessado, PLIMJ6 o investidor pode saber a cotação (prêmio) da Opção e seu valor de exercício. Suponhamos que a cotação da Opção esteja em R$ 0,17 e o preço de exercício em R$ 3. O investidor se interessa e fecha o negócio.
Caso a cotação da Opção de Globocabo (PLIMJ6) suba para mais de R$ 0,17, o comprador já ganhou, pois pode vender a opção pelo preço mais alto e ganhar a diferença. Se cair, ele pode esperar subir ou, se achar que vai mesmo cair, vender e realizar o mínimo de prejuízo possível. Portanto, o investidor tem algumas alternativas:
1. Vender a opção assim que notar que sua cotação avançou acima do prêmio pago, nesse caso R$ 0,17. Nesse caso, seu lucro é a diferença entre o valor pago e o vendido;
2. Aguardar o vencimento e apostar que a ação subirá mais de R$ 3,17, para compensar o valor pago pelo direito de exercer (prêmio), R$ 0,17, e pela compra efetiva do papel, R$ 3. Realizando também seu lucro.
3. Caso a cotação do prêmio da Opção fique abaixo de R$ 0,17, ele pode vender e realizar o prejuízo, ou aguardar para observar se voltará a subir. Vale ressaltar que, quanto mais perto do vencimento, a pressão para que a cotação da opção caia é maior.
De acordo com Antônio Gonçalves, economista e professor do Instituto Bennet, o mercado de opções é algo que deve ser usado por pessoas que já têm grande experiência no mercado de ações. Isso porque, o investidor precisa conhecer muito bem o mercado, suas tendências e acompanhar de perto o andamento dos papéis que negociou.
“Há casos de investidores que compram um papel no mercado de opções e ficam analisando seu comportamento. Se, assim que tiverem fechado um negócio o papel sobe ou desce, ele vende ou compra na hora. Assim, se protege realizando lucro ou prejuízo menor”, explica. “Costumo dizer que esse é um mercado para especuladores”, diz.
O InvestShop.com alerta que a operação de Opções é mais sofisticada do que uma simples compra de ações. Por esse motivo é importante que o investidor monte muito bem sua estratégia de investimento. Além disso, jamais invista o dinheiro que está comprometido com algum tipo de despesa. Caso contrário, o resultado pode não ser o mais satisfatório.
Operação pela qual o titular de uma operação exerce seu direito de comprar ou de vender o lote de ações-objeto, ao preço de exercício.
Documento que indica ser o seu possuidor o proprietário de certa fração de determinada empresa.
Grau de incerteza da rentabilidade (retorno) de um investimento. Ex.: afirmar que um investimento é de alto risco significa que temos pouca chance de prever com precisão a rentabilidade deste investimento. Em contrapartida, esse investimento oferece possibilidade de retorno superior a um investimento conservador. No jargão financeiro, a palavra "risco" está sempre associada à probabilidade de ganhos ou perdas acima ou abaixo da média de mercado. O investidor deve estar atento a essa diferença, porque na linguagem cotidiana a palavra "risco" muitas vezes é usada para indicar a possibilidade de perda/diminuição ou manutenção do estado atual, excluindo a possibilidade de ganho/ retorno/crescimento.
Maior ou menor facilidade de se negociar um título ou um ativo, convertendo-o em dinheiro. Um investimento tem maior liquidez, quanto mais fácil for a conversão em dinheiro e quanto menor for a perda de valor envolvida nesta transação
Bens, direitos e valores pertencentes a uma empresa ou pessoa. Ex: Imóveis, dinheiro aplicado, ações, jóias, etc. No mercado financeiro é comumente utilizado o sinônimo equivalente em inglês - asset.
Medida de ganho financeiro nominal sobre o total do investimento, expressa em termos percentuais. Ex.: Um investimento inicial de R$ 100,00, que hoje vale R$ 105,00, gerou um ganho financeiro nominal de R$ 5,00 e uma rentabilidade de 5%.
É o valor de qualquer ativo negociado no mercado.
Preço de negociação, por ação-objeto, de uma opção de compra ou venda.
Associação civil sem fins lucrativos, cujos objetivos básicos são entre outros, manter local ou sistema de negociação eletrônico, adequados à realização, entre seus membros, de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários; preservar elevados padrões éticos de negociação; e divulgar as operações executadas com rapidez, amplitude e detalhes
Operação pela qual o titular de uma operação exerce seu direito de comprar ou de vender o lote de ações-objeto, ao preço de exercício.
Mercado no qual a liquidação física (entrega dos títulos pelo vendedor) se processa no 2º dia útil após a realização do negócio em pregão e a liquidação financeira (pagamento dos títulos pelo comprador) se dá no 3º dia útil posterior à negociação, somente mediante a efetiva liquidação física.
Remuneração advinda de uma operação. No contexto empresarial, lucro é o resultado de receita menos despesa.